O consumo das famílias registrou um recuo de 1% no quarto trimestre de 2024, ante o terceiro trimestres. Esse resultado aponta para a primeira taxa negativa desde o segundo trimestre de 2021.
Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (7), no quarto trimestre, pela ótica da demanda, houve queda da Despesa de Consumo das Famílias (-1,0%). O último recuo registrado foi no segundo trimestre de 2021, quando o segmento apresentou uma queda de 1,4%.
O resultado do trimestre como um todo apontou para um crescimento de 0,2% do PIB, abaixo das expectativas do mercado, que esperava um avanço de 0,5% no período.

A economia brasileira foi perdendo força ao longo da segunda metade do ano passado, com taxas de crescimento de 1,0%, 1,3% e 0,7% respectivamente nos primeiro, segundo e terceiro trimestres.
Essa desaceleração já era esperada depois de o PIB surpreender nos primeiros trimestres, e a atividade deve seguir moderada em 2025 diante do ciclo de aperto monetário realizado pelo Banco Central, com juros em patamar restritivo.
Na avaliação do Inter, o impulso fiscal dissipando e juros altos começam a ter efeito na retração da economia.
A instituição lembra ainda sobre a formação bruta de capital fixo teve variação positiva em 0,4%, mas foi uma forte desaceleração em relação ao ritmo de crescimento dos trimestres anteriores.
Ao longo de 2024 fatores como mercado de trabalho aquecido com ganhos de renda, condições melhores de crédito e benefícios sociais ajudaram a sustentar a atividade econômica.
Isso, no entanto, levantou riscos inflacionários, e o BC já elevou a taxa básica de juros Selic a 13,25% ao ano, com efeitos que devem ser sentidos ao longo de 2025. A autoridade monetária volta a se reunir em 18 e 19 de março, e já indicou novo aumento de 1 ponto percentual.
A análise do Inter corrobora a leitura para o impacto da política monetária.
“Os juros altos e o menor impulso fiscal devem ser os principais fatores para um crescimento menor esse ano, o que pelo lado positivo, deve contribuir para desacelerar a inflação”, diz a instituição em comunicado.
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