O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não respondeu aos primeiros contatos da Polícia Federal no âmbito do inquérito em que é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro é alvo de um inquérito pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O ministro Alexandre de Moraes determinou, em 26 de maio, atendendo a um pedido do procurador-geral, Paulo Gonet, que a PF colhesse, entre outros, o depoimento de Eduardo.
Moraes autorizou a possibilidade de que os esclarecimentos fossem dados por escrito e que ele fosse notificado por meio de seus endereços eletrônicos, “em virtude de encontrar-se fora do território nacional”.
Em 27 de maio, o delegado responsável pelo inquérito determinou: “cientifique-se desde logo a possibilidade de prestar esclarecimentos por escrito, conforme determinação judicial. Fica autorizada a intimação por endereços eletrônicos”.
A escrivã da PF informou, em documento disponibilizado nesta semana no sistema do tribunal, que nos dias 28 e 30 de maio enviou mensagens eletrônicas para o e-mail profissional e pessoal do parlamentar.
De acordo com a escrivã, os comprovantes automáticos gerados pelo sistema de correio eletrônico demonstram que as mensagens foram devidamente recebidas pelo deputado licenciado, conforme registros de entrega.
“Todavia, até a presente data, não houve qualquer retorno, manifestação ou resposta por parte do destinatário”, escreveu em documento de 2 de junho.
A escrivã informou que realizou tentativas de contato telefônico por meio do número divulgado na página da Câmara dos Deputados como sendo do gabinete de Eduardo e pelo WhatsApp Business, “igualmente sem êxito”.
“O telefone fixo associado informa que o número está indisponível, não havendo opção de correio de voz. No caso do aplicativo de mensagens, não há confirmação de recebimento da mensagem enviada”, afirmou.
Outro lado
Nas redes sociais, Eduardo ironizou a situação e afirmou que olhará a caixinha de correspondência de sua residência. O deputado também disse aguardar uma carta rogatória, que é um instrumento para a solicitação de cooperação jurídica internacional.
“Tentaram me intimar? Vou olhar a caixinha de correspondência de casa de novo… aguardo a carta rogatória, pois é o que a lei diz ser o instrumento mais adequado. Ou então algum meio da MLAT”, publicou o deputado.