A Justiça concedeu liberdade a Filipe Martins Cruz, suspeito de agredir um neném de quatro meses com um tapa na cabeça após confundi-la com um bebê reborn, tipo de boneco hiper-realista que imita um recém-nascido.
A decisão entendeu que não havia requisitos legais para a prisão preventiva, uma vez que o crime tem pena inferior a quatro anos.
Foi concedida liberdade provisória mediante fiança de R$ 4.554 (três salários mínimos), além de outras medidas cautelares, como comparecimento regular à Central de Acompanhamento de Penas e Medidas Alternativas.
O suspeito passou por audiência de custódia na manhã deste sábado (7) em Belo Horizonte. A decisão, da juíza Maria Beatriz Fonseca da Costa Biasutti Silva, da Central de Audiência de Custódia, foi publicada nos sistemas de Justiça antes das 10h.
O autor alegou motivos confusos para a agressão e relatou ter ingerido bebida alcoólica, embora estivesse aparentemente sóbrio.
Relembre o caso
A mãe, de 25 anos, relatou aos policiais que o homem, desconhecido, se aproximou e começou a brincar com a criança. Em seguida, passou a insistir que o neném era um boneco hiper-realista.
Mesmo após os pais confirmarem que não era um boneco, ele não se convenceu e agrediu a vítima com um tapa, causando um inchaço na cabeça do bebê. A criança recebeu alta do hospital na tarde desta sexta-feira (6).
‘É um bebê reborn’
Outro homem que passava pelo local contou que viu o casal comendo um sanduíche e ouviu o suspeito, que parecia estar muito embriagado, gritar “é um bebê reborn, é um bebê reborn”.
Em seguida, disse que ouviu o barulho de um tapa, que pareceu ser muito forte. Ainda de acordo com essa testemunha, o bebê ficou muito vermelho.
“É um absurdo. Surreal o mundo que estamos vivendo. Ele [o suspeito] ainda ofendeu o pai da criança”, narrou outra testemunha.
Outras pessoas que estavam no local seguraram o homem até a chegada da Polícia Militar, que o prendeu em flagrante. Os pais e a criança foram levados ao Hospital João XXIII.
À polícia, o suspeito alegou que teria se irritado com a mãe da criança por querer preferência na fila do trailer, e afirmou ter acreditado que o bebê era um boneco realista.
Ele assumiu que havia bebido, mas, segundo a polícia, ele apresentava “sobriedade em suas ações” durante a abordagem.
O suspeito foi conduzido para a Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente da Polícia Civil, no Barro Preto, também na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Na tarde desta sexta-feira (6), a delegada ratificou a prisão em flagrante do suspeito por lesão corporal contra a criança. Ele se encontra à disposição da Justiça e a Polícia Civil investiga o caso.