A Fifa não respondeu aos crescentes pedidos de exclusão de Israel das competições internacionais de futebol, apesar de ter apelado à paz em Gaza.
Segundo Gianni Infantino, presidente da entidade que comanda o futebol, a Fifa não pode “resolver os crescentes problemas geopolíticos”.
“A Fifa não pode resolver os problemas geopolíticos, mas pode e deve promover o futebol em todo o mundo, explorando os seus valores unificadores, educativos, culturais e humanitários”, comentou Infantino, em comunicado, antes da reunião do Conselho do organismo, realizada em Zurique, Suíça.
Sem citar Israel, o dirigente falou sobre a situação em Gaza, defendendo que “o poder do futebol é unir as pessoas num Mundo dividido, oferecendo uma mensagem de paz e de unidade”.
Atitude diferente com a Rússia
Em 2022, a atitude da Fifa com relação à Rússia foi diferente, já que, poucos dias após o país ter invadido a Ucrânia, a federação se juntou à Uefa na decisão conjunta de excluir a seleção russa e os clubes do país das competições internacionais, sanção que segue em vigor.
A Fifa reagiu por escrito aos crescentes apelos, reforçados após a ONU ter classificado a ação de Israel em Gaza como “genocídio”, para excluir a seleção israelense das competições internacionais, enquanto seguem as Eliminatórias para o Mundial de 2026.
Na última semana, três peritos independentes da ONU pediram tanto à Fifa como à Uefa que suspendessem Israel, defendendo que “as instâncias esportivas não devem fechar os olhos às graves violações dos direitos humanos” em curso.
Na última sexta-feira (26), a presidente da federação norueguesa, Lise Klaveness, cuja seleção receberá Israel nas Eliminatórias no dia 11 de outubro, revelou que trabalha “para que Israel seja sancionado”.
“Pessoalmente, penso que se a Rússia está excluída, Israel também deveria estar”, declarou num podcast norueguês.
Autoridades espanholas seguem o mesmo pensamento e admitem boicotar a Copa do Mundo caso Israel se classifique.
A ofensiva de Israel em Gaza já matou mais de 66 mil palestinianos, incluindo 151 crianças vítimas de fome e desnutrição, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, cujos dados são considerados confiáveis pela ONU.