Nicolás Maduro assumiu o terceiro mandato como presidente da Venezuela na Assembleia Nacional, em Caracas, nesta sexta-feira (10).
A posse acontece em meio a um cenário de turbulência política, no qual Maduro enfrenta contestações sobre resultado da eleição realizada em julho do ano passado e acusações de violência contra opositores.
Maduro prestou juramento e recebeu a faixa presidencial. Depois disso fez um discurso a autoridades e convidados.
“Que este novo mandato presidencial seja um período de paz, de prosperidade, de igualdade e da nova democracia”, disse.
“Juro pela história, pela minha vida e cumprirei (meu mandato), cumpriremos”, adicionou o chefe de Estado.PauseUnmute
Maduro diz que há paz na Venezuela e critica líderes internacionais
Durante o discurso de posse, Maduro afirmou que há paz na Venezuela e que seu governo garantirá a soberania nacional.
“Eu disse que haveria paz, e há paz. E haverá paz. Somos guerreiros da história, e garantiremos a paz e a soberania nacional para sempre”, destacou, adicionando que é um momento de “fortes emoções”.
Durante a fala, ele também fez críticas a líderes internacionais, como Javier Milei, presidente da Argentina, e Álvaro Uribe Vélez e Iván Duque, ex-presidentes da Colômbia.
Confira a programação da posse de Maduro:
- 12h30 – Maduro deixa o Palácio de Miraflores em direção à Assembleia Nacional
- 13h00 – Maduro entra na Assembleia Nacional e cerimônia começa
- 13h30 – Juramento e apresentação da faixa presidencial
- 13h45 – Maduro discursa
- 14h30 – Maduro deixa Assembleia Nacional
- 16h00 – Maduro deve fazer segundo discurso ao público
EUA aumentam recompensa por prisão de Maduro
Também nesta sexta, os Estados Unidos impuseram sanções a oito autoridades venezuelanas e aumentaram para US$ 25 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro.
As novas autoridades sancionadas incluem o recentemente nomeado chefe da empresa petrolífera estatal venezuelana PDVSA, Hector Obregon, e o ministro dos Transportes da Venezuela, Ramon Velasquez.
Sanções internacionais contra autoridades da Venezuela
Além dos EUA, outros países anunciaram sanções contra autoridades da Venezuela.
O Reino Unido, por exemplo, anunciou medidas contra 15 pessoas associadas ao governo venezuelano, argumentando que elas são responsáveis por violações de direitos humanos e por minar a democracia e o Estado de direito.
O Canadá, por sua vez, impôs sanções a 14 autoridades atuais ou que já integraram o governo da Venezuela, alegando que eles estiveram envolvidos em atividades que apoiaram violações de direitos humanos.
A União Europeia também anunciou medidas do tipo, incluindo 15 integrantes do Conselho Eleitoral Nacional, do judiciário e das forças de segurança.
Eleições presidenciais contestadas
Diversos países contestaram a vitória de Maduro nas eleições presidenciais de 28 julho de 2024. Tanto o líder chavista quanto Edmundo González, candidato da oposição, afirmam terem sido eleitos.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, órgão ligado ao governo chavista, declarou formalmente Maduro como vencedor, mas sem fornecer a contagem detalhada dos votos.
A oposição contestou e divulgou resultados que teriam sido recolhidos em todo o país, dizendo que eles provam que González teve uma vitória esmagadora.
Analistas independentes concluíram que as contagens publicadas pelos opositores são provavelmente válidas, e vários países, incluindo os Estados Unidos, reconheceram Gonzalez como presidente eleito nos últimos meses.
Milhares de venezuelanos protestaram contra os resultados logo após a votação, exigindo transparência. Muitos marcharam nas ruas e entraram em confronto com a polícia.
González, que se asilou na Espanha, prometeu voltar à Venezuela para formar um novo governo e tomar posse como presidente.