O Ministério Público da Venezuela anunciou esta semana que pedirá a prisão de Javier Milei, da irmã e secretária geral do presidente argentino, Karina Milei e da ministra argentina da Segurança, Patricia Bullrich, pelo entrega aos Estados Unidos de uma aeronave da Emtrasur, empresa estatal venezuelana.
Em um pronunciamento, o promotor do Ministério Público venezuelano, Tarek William Saab, disse que o organismo designou dois promotores para darem início aos processos para a emissão das ordens de prisão, pela confiscação e envio do Boeing 747 para os EUA, que acabou destruindo a aeronave, em fevereiro deste ano.
Os EUA alegavam que o Boeing tinha pertencido previamente à empresa iraniana Mahan Air, companhia aérea alvo de sanções por supostas ligações com a Força Quds da Guarda Revolucionária Iraniana, que o Departamento de Justiça norte-americano qualifica como “organização terrorista”.
Na ocasião, a Venezuela acusou a Argentina e os Estados Unidos promoveram um “roubo descarado” da aeronave. Como resposta, proibiu que aviões de companhias argentinas sobrevoassem seu espaço aéreo.
Saab também disse que uma investigação sobre a suposta violação de direitos humanos na Argentina será iniciada.
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Resposta argentina
A chancelaria argentina disse, em comunicado, repudiar as ordens de prisão e que a entrega do avião se deveu a uma decisão judicial. “O mencionado caso foi decidido pelo Poder Judiciário, poder independente sobre o qual o Executivo não pode nem deve ter influência nenhuma, aplicando um acordo internacional”, expressou.
“O governo argentino lembra ao regime venezuelano que na Argentina impera a divisão de poderes e a independência dos juízes, algo que infelizmente não acontece na Venezuela sob o regime de Nicolás Maduro”, alfinetou.
A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, por sua vez, qualificou, em postagem na rede social X, o antigo Twitter, o pedido de prisão como “covarde” e manifestou “apoio absoluto” a Milei, à irmã do presidente e à ministra da Segurança da Argentina.
“Maduro novamente demonstra que é um tirano e que nós estamos do lado correto da história. Não temos medo”, escreveu.
Represália
O anúncio venezuelano vem uma semana depois de a Argentina pedir ao Tribunal Penal International (TPI) que emita ordens de prisão contra Nicolás Maduro e outros integrantes do governo venezuelano “diante do agravamento da situação” na Venezuela e do “cometimento de novos atos que podem ser considerados crimes contra a humanidade”.
Nesta terça (17), a Justiça Federal da Argentina escutou depoimentos de supostas vítimas de crimes contra a humanidade na Venezuela, como parte de uma investigação sobre violações aos direitos humanos no país. A ministra da Segurança do país, Patricia Bullrich, participou da audiência.
Fonte: CNN.