O atual ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), reuniu-se com o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, dentro do ministério no início do governo Lula, em janeiro de 2023.
O encontro também contou com a participação de três ex-dirigentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspeitos de terem recebido propina para favorecer entidades envolvidas nas fraudes dos descontos indevidos contra aposentados.
À época, Wolney (no centro da foto) era deputado federal e havia sido indicado para ser secretário-executivo do ministério, cargo que assumiria um mês depois. Na pasta, ele foi o número 2 de Carlos Lupi (PDT) até maio deste ano, quando o ex-ministro pediu demissão após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no fim de abril contra o esquema que faturou R$ 6,3 bilhões desde 2019.
Além do Careca do INSS, estavam na reunião realizada no dia 12 de janeiro os então diretores do INSS André Fidelis (Benefícios) e Alexandre Guimarães (Governança), e o procurador-geral do órgão, Virgílio Oliveira Filho, afastado do cargo em abril por decisão judicial. O encontro não consta na agenda oficial de nenhum deles. Como Wolney ainda era deputado na ocasião, não havia exigência de divulgar a agenda.
Em nota enviada, o ministro afirmou que “a agenda foi organizada e conduzida” por Virgílio Oliveira Filho, “com o intuito de apresentar ao futuro secretário executivo um panorama técnico da pasta no âmbito do processo de transição”. Segundo o texto, o grupo foi montado por ele “sem anuência prévia de Wolney sobre os participantes”.