O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta terça-feira (7/10), que a população norte-americana notou, nos últimos dois meses, desde a imposição do chamado “tarifaço”, que as tarifas unilaterais de 50% sobre produtos brasileiros vendidos aos Estados Unidos “mais prejudicaram do que favoreceram” o país.
Segundo Haddad, o povo dos Estados Unidos está “sofrendo com o tarifaço”. “Eles estão notando de dois meses para cá que as medidas mais prejudicaram do que favoreceram os Estados Unidos”.
A declaração foi dada durante entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, coprodução da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Conforme o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, as taxas impostas têm o objetivo de reduzir o déficit comercial que o país teria com o Brasil, o que não é verdade, tendo em vista que os EUA são superavitários na balança comercial. Ou seja, vendem mais do que compram dos brasileiros.
A sanção comercial implementada, não só ao Brasil, mas ao mundo todo, faz parte de uma política imperialista de Trump, avaliam especialistas. No início do mandato, em fevereiro, o republicano anunciou tarifas de 25% para aço e alumínio. Em abril, essas taxas aumentaram para 50%. Agora, o governo brasileiro tenta reverter as sanções comerciais.
Lula e Trump conversam por telefone
As tratativas começaram a avançar nessa segunda-feira (6/10), com o telefonema de Lula e Trump. A ligação durou cerca de 30 minutos e teve tom “amistoso”, segundo o Palácio do Planalto. Os líderes também trocaram os respectivos telefones.
Durante a conversa, Lula solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta pelo governo dos Estados Unidos a exportações brasileiras, além das sanções aplicadas contra autoridades nacionais. O nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), uma das justificativas para a imposição das tarifas, não foi citado durante a ligação.
Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações sobre o tarifaço com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.