PARIS – Não é todo dia que se chega à disputa de cinco Jogos Olímpicos. E Bruninho, capitão da seleção masculina de vôlei, tem consciência da importância do feito que realiza ao desembarcar nos Jogos de Paris 2024. Nesta quarta-feira (24), no primeiro treino do grupo na Arena Paris Sul, local oficial das partidas desta edição, o levantador comentou sobre sua quinta edição olímpica, deu suas primeiras impressões sobre o clima para os Jogos Parisienses e analisou o momento do time prestes a estrear na competição.
Aos 38 anos, Bruninho demonstra maturidade e é assertivo no seu papel de liderança com a seleção. O levantador acredita que esta edição dos Jogos Olímpicos já é diferente de todas as outras em que já participou. Mas, segundo ele, há um espírito de garra em vestir a camisa brasileira que se perpetua pelos anos.
“Algo que mudou é que estou mais velho (risos). Mas a gente tem uma dedicação intensa e entrega de todo o grupo, da comissão técnica e isso é algo que não mudou durante os anos. Eu fico realmente orgulhoso do legado que outras gerações deixaram para os mais novos”, afirmou.
“Das Olimpíadas que eu joguei com certeza esta é a que o Brasil chega como menos favorito do que em outras edições. Faz parte, temos que aceitar que neste ciclo não fomos constantes como em outros. Apesar do bronze no Mundial, que foi um ótimo resultado, tivemos momentos de não jogar um bom voleibol. A gente tem que entender isso, mas o importante é que agora a gente entre com o espírito correto, pronto para a batalha, com sangue nos olhos, porque o Brasil numa Olimpíada ele representa muito. Temos que entrar com confiança, cabeça erguida e ir pra cima de todos”, endossou.
Bruninho chega a cinco Jogos Olímpicos com a seleção. Foto: Miriam Jeske/COB
Experiência de quem tem no currículo três medalhas olímpicas, sendo um ouro (Rio 2016) e duas pratas (Pequim 2008 e Londres 2012), o capitão puxa a fila para passar tranquilidade aos estreantes em Jogos Olímpicos. E isso vale sobretudo aos mais novos, como o oposto Darlan, 22 anos, o ponteiro Adriano, 22 anos, e Lukas Bergmann, 20 anos.
“É muito importante termos uma mescla de jogadores mais jovens, com a energia que eles têm, e jogadores mais experientes, como eu, Lucas, Lucarelli. A gente busca cada vez mais ter um grupo mais coeso, temos um time unido, isso é muito bacana. Criamos um bom ambiente dentro e fora de quadra”, comentou Bruninho.
O levantador também trouxe uma impressão positiva sobre o primeiro treino na Arena Paris Sul. Além disso, Bruninho avaliou o grau de comprometimento do time e qual a postura que o grupo deve apresentar nestes Jogos, começando pela partida de estreia contra a Itália, neste sábado (26), às 8h (horário de Brasília).
“A gente só tem sonhado com Olimpíada, com o que temos de fazer a cada dia. Sonhamos com a medalha. Sabemos da dificuldade que é, do equilíbrio na Olimpíada no voleibol masculino. Mas confiamos muito no nosso processo, naquilo que estamos fazendo. Mesmo que não sejamos colocados talvez como favoritos, como muitas pessoas dizem, estaremos com a camisa do Brasil. Uma camisa pesada. A gente tem que entrar com sangue nos olhos desde o primeiro momento, começando pela partida de sábado”, finalizou.