As companhias brasileiras realizaram a captação de R$ 541,9 bilhões no mercado de capitais entre os meses e janeiro e setembro deste ano, superando o valor captado no ano passado inteiro, conforme mostrou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O montante é o maior para o período da série histórica, iniciada em 2012.
A quantia já superou em 15,9% do volume captado no ano passado inteiro, que inclui debêntures, notas comerciais, emissões de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e mercado externo.
“O resultado evidencia a robustez do mercado de capitais brasileiro, com um crescimento sustentável puxado pela renda fixa e com recordes em vários instrumentos”, afirmou César Mindof, diretor da Anbima. “O cenário externo, com a recente queda dos juros nos EUA, e o interno, com a expectativa de elevações na Selic, indicam que esses produtos continuarão ganhando espaço.”
As emissões de debêntures ficaram no topo da lista e somaram R$ 315,6 bilhões em 2024, crescimento de 33,4% em relação ao valor registrado em todo o ano passado. Segundo a associação, os principais setores de captação foram energia elétrica, transporte e logística e saneamento.
Em seguida, no mercado externo, as emissões de renda fixa alcançaram US$ 17,6 bilhões de janeiro a setembro (R$ 91 bilhões), superando 2023 inteiro, de US$ 15,5 bilhões. A maior parte do volume (69,3%) corresponde a emissões com prazo de 6 a 10 anos.
“O mercado externo tem voltado a ser uma importante fonte alternativa de crédito privado, ajudando a atender companhias com diferentes perfis e sendo um bolso adicional ao emissor”, disse Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.
Segundo ele, a importância da captação no mercado externo fica evidente pelo tamanho da quantia captada, atrás apenas das debêntures.
Os FIDCs, por sua vez, já ultrapassaram o volume de todo o ano passado em 16,2% e somaram R$ 48,3 bilhões neste ano até setembro, distribuídos em 625 operações. Os CRIs acompanham com a captação de R$ 43,6 bilhões, quantia recorde nos três primeiros trimestres do ano.
Os FIIs registraram a captação de R$ 36,2 bilhões entre os meses de janeiro e setembro, volume de 19,9% maior que o registrado em todo o ano passado. Os CRAs acompanham com valor captado em R$ 28,9 bilhões.