O deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), anunciou que vai se licenciar temporariamente do cargo para ficar nos Estados Unidos, se dedicando “integralmente” a buscar as “devidas sanções aos violadores de direitos humanos” e também a “resgatar liberdades perdidas” no Brasil.
“Eu abdico temporariamente dele [mandato], para seguir bem representando esses milhões de irmãos de pátria, que me incumbiram dessa nobre missão. Irei me licenciar sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, disse o parlamentar em vídeo divulgado nesta terça-feira (18).
Ele, que está no país desde a posse de Donald Trump, destacou que “nunca” imaginou que não retornaria mais para casa.
“Nunca imaginei que eu faria uma mala de 7 dias para não mais retornar para minha casa, mas, hoje, vejo com clareza que Deus está me mostrando o caminho. Tenho certeza de que o meu eleitor também entende que o meu trabalho, nesse momento, é muito mais importante aqui nos Estados Unidos do que no Brasil”, continuou.
Dentre os motivos pelos quais disse ter decidido ficar no país chefiado por Trump, Eduardo Bolsonaro citou as condenações de participantes e articuladores do 8 de Janeiro, assim como as prisões preventivas de Filipe Martins, Anderson Torres e Silvinei Vasques. Além do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Certamente não é fácil me afastar temporariamente do cargo de deputado federal. Não é fácil saber que o meu pai pode ser injustamente preso e, talvez, eu jamais tenha a chance de reencontrá-lo pessoalmente de novo. Não tenho dúvida que o plano dos nossos inimigos é encarcerá-lo para assassiná-lo na prisão, ou deixá-lo lá perpetuamente”, ressaltou.
Durante o tempo que Eduardo Bolsonaro permaneceu nos Estados Unidos, o PT, encabeçado pelo líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias, apresentou uma queixa-crime contra o filho de Bolsonaro, acusando-o de conspiração contra o governo brasileiro com parlamentares dos EUA, solicitando também a apreensão do passaporte do parlamentar.
“Se Alexandre de Moraes quer apreender o meu passaporte, ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar os seus crimes nos Estados Unidos, então é justamente aqui que eu vou ficar e trabalhar mais do que nunca”, completou Eduardo Bolsonaro.