O governo do presidente Javier Milei saiu fortalecido das eleições legislativas realizadas neste domingo (26) na Argentina. Com 40,84% dos votos em todo o país, o partido La Libertad Avanza (LLA) confirmou uma vitória expressiva, ampliando sua presença no Congresso e demonstrando fôlego político a dois anos do fim do mandato.
A aliança peronista Fuerza Patria ficou em segundo lugar, com 24,5%, enquanto o bloco Provincias Unidas, formado por governadores independentes, não conseguiu romper a polarização. A participação eleitoral foi de 67,85% dos eleitores registrados.
Milei vence em 11 províncias
O resultado confirmou o avanço do partido de Milei em 11 distritos, incluindo Córdoba, Mendoza, Santa Fé, Salta, Entre Ríos, Corrientes, San Luis, Chaco, Jujuy, Tierra del Fuego e a Cidade de Buenos Aires, onde o presidente se aliou ao partido PRO, no poder local desde 2007.
A grande disputa do dia, porém, foi na província de Buenos Aires, reduto histórico do peronismo. Ali, a disputa terminou apertada, com o libertário Diego Santilli, substituto de José Luis Espert, figurando entre os primeiros colocados e reduzindo a diferença de 13 pontos registrada nas eleições locais de setembro.
“O povo votou em Milei, não apenas na La Libertad Avanza. Agora os governadores estão vindo conversar”, disse um deputado governista durante a comemoração no Hotel Libertador, em Buenos Aires.
Fuerza Patria perde força
A derrota da Fuerza Patria foi lida como um golpe no peronismo, que não conseguiu repetir o desempenho de setembro, quando venceu em Buenos Aires. Segundo analistas, prefeitos peronistas teriam se mobilizado com menos intensidade, já que seus distritos não estavam em disputa direta.
Ainda assim, o movimento manteve domínio em Formosa, Tucumán, Santiago del Estero, Catamarca, La Rioja e La Pampa, embora com margens menores que o esperado.
Dentro do campo opositor, a Frente de Esquerda conquistou o terceiro lugar nacional, colocando em jogo quatro de suas cinco cadeiras na Câmara. Já o bloco Provincias Unidas — aliança de seis governadores — não conseguiu eleger representantes fora de seus territórios, frustrando planos de se tornar uma terceira força nacional até 2027.
Congresso mais governista
Com o desempenho deste domingo, a LLA deve ampliar significativamente sua bancada na Câmara e no Senado, o que fortalece Milei para aprovar reformas econômicas e privatizações que dependem de maioria simples e quórum ampliado.
A partir de dezembro, o governo passará a contar com capacidade de sustentar vetos presidenciais e negociar mais facilmente a abertura de sessões, algo que, até então, dependia de acordos pontuais com a oposição.
Clima de vitória no bunker
Três horas após o fechamento das urnas, o clima no bunker de La Libertad Avanza já era de comemoração. A secretária-geral da Presidência e irmã do presidente, Karina Milei, liderou o comitê nacional de campanha, que recebeu os primeiros resultados com otimismo.
A preocupação inicial com a baixa participação eleitoral foi substituída por um sentimento de euforia conforme chegavam os dados de províncias estratégicas.
O presidente chegou ao Hotel Libertador por volta das 18h50, cumprimentou apoiadores e acompanhou a apuração ao lado de aliados próximos, incluindo o ministro da Economia, Luis “Toto” Caputo, e o jovem assessor Iñaki Gutiérrez.
“Calma e confiança”, disse o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, antes da divulgação dos primeiros números.

