Promover a independência financeira e autonomia das mulheres em situação de vulnerabilidade social é uma das políticas públicas do Governo do Amazonas que, desde 2019, tem mobilizado importantes parceiros. Para continuar ampliando as ações e atender mulheres de Silves e Itapiranga, o Estado está somando esforços com a Eneva, empresa que explora o gás natural da região, e estuda a implantação de novos projetos nos municípios.
A ideia é que os projetos e programas sejam desenvolvidos através da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), com o apoio da Unidade de Gestão Integrada (UGI). O objetivo é garantir que o crescimento da região com o empreendimento da Eneva sirva de combustível para o empreendedorismo feminino, gerando emprego e renda para as famílias.
Em visita às cidades, as equipes técnicas do Governo do Amazonas vivenciaram a realidade das empreendedoras e apresentaram os programas estaduais que podem beneficiar mais comunitárias, como as linhas de financiamento de crédito junto à Agência de Fomento do Amazonas (Afeam), além de explicar como o Estado age para promover a autonomia da mulher.
Em Itapiranga (a 227 quilômetros de Manaus), desde de 2020, a Eneva tem apoiado pequenas iniciativas para gerar renda às mulheres. A empresa uniu um grupo de moradoras, identificou seus talentos, a necessidade em comum, capacitou e forneceu insumos para que iniciassem um empreendimento de benefício coletivo. Com isso, nasceu a Associação Elas Empreendedoras, que também inclui mulheres de Silves (a 204 quilômetros da capital).
Hoje, 20 mulheres garantem a renda mensal através da confecção de roupas e outros produtos. A iniciativa é um dos modelos a serem ampliados pela parceria, que deve contar também com uma forte atuação da rede de proteção.
Lilian Gomes, gerente de Políticas para Mulheres da Sejusc, destacou que o projeto da associação é muito positivo e que a responsabilidade social da Eneva elevou mulheres para um patamar de mais oportunidades.
“A gente tem várias estratégias, várias práticas e, a partir do que a gente já desenvolve, a gente vem para somar com esse projeto. A gente vai pensar em algumas estratégias como o Samic, Sapem, para que a gente possa implantar nesses municípios, para que a gente possa atender, não só as mulheres do projeto, mas as demais mulheres do município”, destacou a gerente da Sejusc.
Independência financeira
Marcileny Santos, presidente da Elas Empreendedora, apresentou as roupas produzidas pelas associadas, como pijamas, tapetes, guardanapos e roupas íntimas infantis, além das biojoias produzidas com fibras e sementes de açaí. Emocionada, ela contou que estar com as companheiras da associação a fez mudar de vida.
“Eu já tinha ouvido falar da associação, mas estava em um momento muito delicado da vida e não tinha forças para fazer o que precisava. Um dia eu consegui e isso mudou minha vida, descobri que sou boa nisso e hoje eu consigo pagar meu aluguel e sustentar meus dois filhos com a renda do que produzimos aqui”, revela a presidente.
Assim como ela, muitas mulheres agora são provedoras de suas casas, algumas quebrando ciclos de violência, retomando os estudos, ou realizando sonhos que não sabiam que tinham. “Eu conheci o mar. Ele é lindo, nem sabia que um dia conseguiria ir tão longe”, confessou Marcileny, que foi ao Rio de Janeiro expor as biojoias em uma feira realizada na cidade.
A coordenadora de responsabilidade social da Eneva, Elizabeth Teles, frisa que o objetivo da empresa é proporcionar uma melhoria em todos os processos de responsabilidade social e que se unir ao Governo do Amazonas é um ganho coletivo, pois quer contribuir em áreas como o social, a educação e geração de renda.
“Nosso propósito é deixar um legado positivo aqui no entorno de Silves e Itapiranga, promover essa empregabilidade. Com o Elas Empreendedoras nós buscamos potencializar a capacidade da mulher amazonense dentro da sua produção e geração de renda, com capacitação, para que haja essa mudança geracional nessa mulher, além da educação, cuja proposta é erradicar o analfabetimo, com a adoção das turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA)”, finaliza a coordenadora da Eneva.
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